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_ _ _ _ _ MUSEU
Luiza Proença

 

 

Pode se dizer que, pelo menos desde a criação do Beaubourg em Paris, em 1977, a proliferação de novos museus e centros culturais em diferentes cidades é reconhecida como uma estratégia para melhorar o espaço urbano, criar ou fortalecer o turismo ou simplesmente “enobrecer” determinado lugar (a chamada gentrificação). O que esses novos espaços compartilham é uma arquitetura pós-moderna monumental, geralmente projetada por um arquiteto de prestígio internacional. É o caso do Teatro da Dança e Ópera de São Paulo que está sendo construído na antiga estação rodoviária do bairro da Luz, com projeto da dupla de arquitetos suíços Herzog & De Meuron, ou do futuro Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro, em Copacabana.

 

Pensando em tais situações e no contexto social, político e cultural específico do lugar onde seu trabalho ia ser apresentado que, em 2007, durante o período de uma bolsa que ganhou do Museu de Arte da Pampulha em Belo Horizonte, Bruno Faria desenvolveu o trabalho Anexo. A partir de um questionamento da expectativa de chegada de um novo e mais adequado prédio para o Museu da Pampulha, o artista encenou a abertura desse novo prédio com um coquetel que contava com a presença de convidados. Na ocasião, Faria pediu para a Diretora do museu fazer um discurso e cortar uma fita de inauguração, embora o que se apresentava era somente uma maquete.

 

Para a exposição À sombra do Futuro, o artista decidiu seguir com a investigação sobre a implantação de novos museus iniciada em Belo Horizonte. Utilizando-se de um jogo irônico, questiona como novas instituições de arte são pensadas e inseridas nas cidades, desde o projeto arquitetônico, sua coleção, seu público até seu papel social e educativo.

 

 

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